quinta-feira, 26 de abril de 2012

"Pra quem você tem olhos azuis?"

Talvez porque por um bom tempo éramos as duas e só.
Talvez porque sempre estivéssemos as duas - com ou sem mais alguém.
Talvez porque nós, de alguma forma, crescemos juntas.
Talvez porque eu não seja muito boa de amigos novos.
Ou talvez simplesmente porque sempre foi assim.
De qualquer jeito, assim é o melhor jeito!


Legalmente ela virou "adulta" exatamente 15 dias depois que eu nasci. Imagino que na prática tenha sido um pouco diferente... Antes ou depois ou durante... ou os três.

Outro dia, num cartão de aniversário ela fez a matemática de quanto, na porcentagem da vida dela, eu estive presente.
Pois pense bem, se eu estou com você a mais de um terço da sua vida, o que dizer da minha, que tem 100% de você?

Não precisa me conhecer muito a fundo pra reconhecer em mim seus pedaços. Seja no nariz de tomada, na maçã do rosto que tá mais pra manga, no Chico Buarque, no Lô Borges, no Gênesis, no Trem de Pirapora, no Balão Trágico... Na jeito de pensar, de chorar, de dirigir... Na dificuldade de enxergar ou nas trapalhadas do dia a dia...

O blábláblá de "eu não existiria sem você" é bastante redundante no caso filha-mãe; e eu sei que sou suspeita pra falar, mas realmente acho que nossa relação é mais especial do que as que estão por aí...

Correndo o risco de ser repetitiva - ou melhor, já sendo - nas datas especiais é mais difícil estar longe; e o coração dividido dessa vida de expatriada fica ainda mais apertado em dias como hoje...
Queria estar aí, dando e ganhando colo, comendo comidas gostosas, fazendo programa de "nós 4". Queria dar todos os beijos e abraços que estão faltando e mais vários especiais pelo dia.

Eu não posso te responder a última pergunta que você me fez quando nos despedimos da última vez, porque eu não sei a resposta. Mas uma coisa eu garanto: por mais feliz que eu esteja longe, um pedaço do meu coração sempre vai estar dolorido (de saudade, de culpa, de amor...)
E mais: por mais longe que eu esteja, não importa os quilômetros de cordilheira ou os infinitos litros de mar que possam tentar nos separar... Eu sei que sempre estaremos juntas!
Você está sempre no meu coração e na minha cabeça - e no meu iPod, e no meu fogão...

Te amo porque você é minha mãe, porque você é minha amiga, porque é uma pessoa incrível, porque tem os olhos mais azuis e mais expressivos que eu já conheci, porque tem o sorriso mais "iluminador de ambientes" da história (tá, vai...acho que só não ganha do Gael Garcia Bernal...hahaha), porque é uma profissional impressionante, porque é um ser humano especial... Te amo porque você é você - em mim, nos outros e em você!

O dia já tá acabando, mas durante todo ele eu te desejei um feliz aniversário. E desejo - todos os dias, mas hoje especialmente - que cada dia da sua vida seja melhor, que as dificuldades tenham uma razão de ser, que os motivos pra comemorar sejam infinitos, que o coração esteja sempre inundado e que você seja cada dia um pouco mais feliz!

Te amo, mãe! Parabéns!!!





3 comentários:

  1. Oi Gabi, nossa fiquei tão chorosa, mentira, muito chorosa com essa declaração,com esse conto, com essa história:que bonito!A música tb é linda, não conhecia.
    Beijos,
    Lidi

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  2. Até agora um dos posts mais bonitos do Blog.
    Você está escrevendo cada vez melhor,
    e/ou amor de mãe te fez revirar ainda mais as sensações aí dentro.
    Feliz Aniversário pra mamis.
    Beijão

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