quinta-feira, 29 de dezembro de 2011

"Tava indiferente, logo me comovo"

Há exatamente um ano eu estava em Paris, super encantada com o lugar. Mas eu ainda não sabia que ia encontrar meu coração em Edimburgo...

Eu ainda não sabia que chilenos não tem cara de índio; que Santiago é praticamente uma metrópole e que aqui pode até nevar, mas faz calor de verdade!

Há exatamente um ano eu nunca tinha tido um cachorro na vida, mas eu já desconfiava que seria conquistada...

Eu achava que sabia falar espanhol, e achava que estava preparada pra viver num novo país...

Eu não conhecia um monte de pessoas que agora existem na minha vida (com maior ou menor grau de importância).

Eu não sabia que a falta pode ter tantas facetas diferentes e nem pensava que aquele "saudades" sempre no final de alguns emails poderia ser tão mais palpável e real...

Há um ano eu suspeitava que 2011 seria imenso, em todos os sentidos! E suspeitava que MUITA coisa ia mudar...
Acho que eu ainda não sabia que EU mudaria tanto, nem que era possível mudar, sendo ainda a eu mesma de sempre.

Em 2011 eu reclamei muito na internet, nas redes sociais, no blog...
Aliás, em 2011 eu fiquei muito na internet... provavelmente pra vir sem ir de vez, pra deixar alguma marca em vocês aí tão longe e ter a presença de vocês aqui perto...

Parece que faz uns mil anos que estive na Europa, parece que faz só um tempinho que estou casada, parece que foi há alguns anos que sai do Brasil, parece que estou na faculdade há uma eternidade (por que será?? hahaha), parece que a Maní sempre esteve na minha vida, parece que o Chile é minha casa há pelo menos dois anos, parece que me despedi de alguns amigos há poucas semanas, parece que faz séculos que não vejo algumas pessoas (no caso de algumas, faz mesmo)...

O tempo é essa coisa maluca "que mexe com a minha cabeça e me deixa assim"(hahahaha)... mas o que eu andei percebendo é que a força e o peso de algumas experiências alteram bruscamente a sensação temporal sobre elas...

2011 foi uma vida inteira em um ano só!!!! 2012 já chega com mais calma... 
Talvez eu envelheça menos no próximo ano, talvez eu emagreça mais, talvez eu aprenda menos, talvez eu descubra mais...

Toda a sede de novidade misturada com o absurdo frio na barriga que eu sentia há exatamente um ano se acalmaram....
Mas fico contente em perceber em mim, para 2012, a fome de viver mais e, por que não, melhor!

Por isso, não vou desejar feliz ano novo pra vocês, mas sim um ano de barriga roncando, um ano de um apetite insaciável, para que, em um ano mais, possamos nos encontrar satisfeitos, com aquele soninho de depois de um bom almoço, deitar lado a lado na grama - mesmo que virtualmente - e comemorar todas as coisas deliciosas que devoramos no ano que passou!

Aos meus super queridos, simpaticamente curiosos e sempre pacientes, BOM APETITE!!!!!

domingo, 18 de dezembro de 2011

"Serás o meu amor, serás a minha paz"






Há exatamente um ano eu estava lá, nervosa como nunca, feliz como nunca e realizada como nunca imaginei que pudesse estar. Eu, que sempre adorei fazer piadas sobre casamentos, que adorava dizer, até pra chocar – confesso, que não via o menor sentido na instituição e celebração do casamento, que nunca sonhei com um vestido de noiva, que nunca acreditei em Príncipe Encantado.




Euzinha, esse ser muitas vezes amargo e pouco romântico, tremendo feito gelatina e conseguindo falar ainda mais baixo e mais rápido do que já falo normalmente.
Estava parada ali, de branco, na frente de um grupo enorme de pessoas, pessoas mais do que especiais (após o dificílimo trabalho de encurtar ao máximo a lista dos queridos), sentindo na pele (literalmente) todos os olhares carregados de carinho, de orgulho e de felicidade compartida.
E, principalmente, olhando nos olhos da pessoa mais importante que cruzou meu caminho pra dizer, pra quem quisesse ouvir, que eu finalmente acreditava no Felizes para Sempre!





O texto que eu tinha preparado saiu um negócio enrolado, difícil de entender...esquizofrênico, mesmo! Mas hoje, relendo, eu concluo que ele não era ruim...
Quer ver?




Acho que a parte mais difícil deste texto é começar a escrever (tirando, é claro, ler na frente de todo mundo depois!).
Tive algumas idéias de o que fazer, ou como começar…mas elas nunca iam adiante.
Algumas das coisas que eu pensava em te dizer, acabava concluindo que alguém já tinha dito em alguma música. Aí não era original, não servia! Depois abri mão da originalidade, afinal, podia não ser "meu", mas era de coração…
Pensei em fazer uma montagem com cada pedaço de cada música, escolhendo a dedo cada uma das frases, pra poder dizer exatamente aquilo que eu queria dizer. E aí, antes de começar, percebi que essa idéia resultaria em um grande barulho esquizofrênico e sem identidade.
Próxima idéia? Eu não fazia idéia!
Desejei que eu pudesse aprender a cantar pra te surpreender com um "número". Seria brega, mas seria MUITO surpresa! Se eu dançasse nesse "número", então…!
O problema é que eu precisaria de infinitamente mais tempo do que o disponível pra ser capaz de aprender essas coisas. E, provavelmente, no meio do processo, me daria conta de que era tudo bem ridículo.
Então…escrever? Mas como ser original pra falar de um sentimento tão batido, tão cantado, contado, declarado por praticamente todo mundo que resolve escrever sobre algo: o amor?
E eis então que, num momento de "tempo livre esperando a equipe do Final Feliz chegar", me vejo sentada na frente de um caderno em branco. Um caderno vazio e um coração completamente inundado! Inundado de amor, de saudade, de ansiedade, de paixão (sim! Depois de mais de 5 anos, muita paixão!).
Parecia então um bom cenário pra começar…
Fiquei pensando sobre o caderno vazio, cheio de nada, e o barulho esquizofrênico de antes. Eles parecem opostos, mas na verdade acho que a união dos dois representa bem a nossa união.
Um barulho esquizofrênico pode ser uma ótima metáfora para um relacionamento. Piadas maldosas à parte, nunca se começa uma relacionamento do nada, sempre existem as histórias individuais e anteriores que se fundem. Da mesma forma, acho que quando se trata de amor (pra falar de amor, ou pra sentir amor) é impossível ser totalmente original.
O ser humano se relaciona e se ama há milhões de anos. Parece mesmo improvável que possa existir um tipo inédito de amor pra se sentir; é como se todos os "tipos" já tenham antes sido experimentados ou narrados por alguém…
O fato é que, para construir o nosso amor a gente escolhe cada pedacinho desses tipos já conhecidos, da forma que mais nos convém, pra formar o "barulho esquizofrênico de amores" que tem a nossa cara, que se encaixa perfeitamente em nós dois.
E é a partir deste barulho esquizofrênico de amores que nos tornamos um caderno em branco.
Um caderno em branco, com folhas recicladas, onde será escrita agora nossa vida.
Juntos estamos nos dispondo a construir uma nova vida, uma nova família. Tudo quase do zero pois, carregando a bagagem de vida (e de família) que já temos nas folhas recicladas, vamos criar uma nova forma de escrita, a NOSSA forma!

E eu, que sempre fui meio cética com essa história de casamento tradicional e de felizes para sempre, estou aqui, parada na frente de toda essa gente querida, vestida de noiva, pra dizer que nunca estive tão segura sobre nada na minha vida, quanto estou agora! Porque eu tenho a certeza de que estou com a pessoas certa e que juntos somos incríveis!
Não que eu ache que vai ser super fácil ser feliz pra sempre, afinal, barulho esquizofrênico demais na cabeça, ou ficar muito tempo escrevendo, podem trazer eventuais dores de cabeça. Mas a parte de mim que escolheu, 5 anos atrás, aquele cara cabeludo, cheio de piercing, quase metalero, deve gostar de um rock pesado e barulhento. E a parte de mim que foi descobrindo junto com você esse seu "novo eu", está pronta pra sentar velhinha, em uma poltrona ao lado da sua (como no Up!), com óculos de leitura (pra não doer a cabeça), pra lermos juntos toda a história que teremos escrito no nosso caderno, já não mais em branco…
Te amo profundamente, com nosso jeito de amar e pra sempre!”




Agora um ano passou, um monte de coisas mudou, nosso caderno já não é mais em branco e é cada vez mais lindo. Nossa história está se escrevendo conforme planejamos, com surpresas, claro, mas com tudo do nosso jeito.
Nossas casas, nosso país, nossa filha, nossas comidas, nossos amigos, nossos tempos separados, nossas atividades individuais, nossas risadas juntos, nossas discussões, nossos amores, nossas conquistas, nossos trabalhos, nossos sucessos, nossas descobertas, nossos aprendizados, nossa vida...
Todos os dias você me faz querer ser uma pessoa melhor, todos os dias eu quero poder ser capaz de poder fazer você ainda mais feliz, como você me faz. Crescer e andar os caminhos da vida com você ao meu lado é muito mais prazeroso, seguro e, definitivamente, a melhor escolha que fiz na minha vida.
Se é que destino existe, sei exatamente porque raios eu errei tão feio na escolha da minha primeira faculdade: eu precisava chegar na UFSCar porque eu PRECISO de você na minha vida!




Sempre digo no blog que sou uma pessoa solitária, que gosto de ficar quieta no meu canto, etc.. Mas eu só posso gostar tanto disso porque sei que meu canto é justo do ladinho do seu, na intersecção com o seu. E é essa a magia que descobri no casamento: depois de um ano de casados, não posso dizer que nos tornamos um só, mas que nos tornamos versões muito melhores do nosso “nós dois”.
O que mais eu podia pedir pra vida?!?














O primeiro ano foi maravilhoso, mas a melhor parte é saber que é só o primeiro de tantos outros que virão, e sem dúvida cada vez melhores!


Te amo!!!!!







terça-feira, 13 de dezembro de 2011

"Pensou que eu não vinha mais, pensou..."

Tô sumida, né?!?!

Eu sei... tô com uma saudade disso aqui!

Mas já tô voltando! 

Acabo de entrar de férias!!!!! Juro que em alguns momentos eu achei que isso nunca ia acontecer! hahaha
Foi o final de semestre mais difícil que já tive e, em consequência, essas são as férias mais merecidas que terei!

E aí prometo passar bastante por aqui! Aqui e no Sob que Máscara.
Já tenho histórias e textos atrasados, pendentes, pedindo pra sair..
Não demora muito, estarão por aqui.

Agora entro na correria de final de ano. Comprar presentes, deixar tudo em ordem na casa e na família...tudo antes de sábado, quando vou pro Brasil! Sim, dia 17 chego aí!!

Vai ser outra passagem rápida, mas certamente deliciosa!

Como é fácil reparar, eu só vim avisar que vou voltar... ainda não voltei, não...rs


Nos vemos pronto!
Hasta luego!

domingo, 4 de dezembro de 2011

"Que me agüenta o dia inteiro"

Sempre odiei meu pé - essa coisa comprida demais, magra demais, gelada demais, torta demais, deduda demais...

Mas agora existe a Maní na minha vida.

E ela faz do meu pé o lugar mais seguro e confortável da casa, quiçá do mundo!






domingo, 20 de novembro de 2011

"Tempo, amigo, seja legal..."

Nos últimos sete dias eu não fiz janta nem sequer uma vezinha; quando quis comer coisa descente, o Lucas que teve que cozinhar.
Até a Maní, que deveria estar comendo só comida caseira, acabou ganhando ração em uma das refeições.
A pia da minha cozinha está medonha nesse momento.
TODAS as unhas da minha mão estão quebrando e/ou quebradas (além de gigantes).
Crises de enxaqueca não faltaram.
Já o funcionamento do cérebro, sim.
Esqueci de pedir água essa semana.
Esqueci de pagar a faxineira na sexta feira.
O corpo, claro, tá sugerindo um resfriado.
E a lista dos afazeres parece que não tem fim.......
Essa semana eu fui uma péssima esposa, péssima mãe e péssima dona de casa! Se a família tivesse fugido eu nem poderia reclamar.


Esse fim de ano não está fácil! 
Milhões de coisas infinitas da faculdade pra fazer; vídeos do Adote um Gatinho atrasados; cachorra semi-doente; mudança ainda não confirmada (apesar da urgência de prazos que temos); todas as coisas de mudança e instalação na casa nova pra ver, escolher, resolver, comprar...idas ao Brasil pra planejar; presentes pra pensar e comprar; todas as coisas da rotina da casa pra cuidar...e eu poderia seguir listando e listando e listando...

Acho que nunca na vida eu precisei tanto de férias! A contagem regressiva oscila entre absurdamente devagar e rápida demais pra tudo que ainda falta fazer... A relatividade do tempo ainda me deixa louca!
Dá frio na barriga de nervoso por pensar em todas as pendências e no pouco tempo que tenho disponível.

Mas no final, o que importa de verdade é que essa confusão toda é confusão de FIM DE ANO! 
Tá acabando!!! Falta cada vez menos!! Aí vem férias, vem Brasil, vem abraços, vem fim de saudades, vem festas de famílias, festas de amigos, vem 2012, vem viagens pelo Chile, vem mais férias, vem show do Chico Buarque, vem mais Brasil, vem um bom respiro pra encarar o (finalmente) último ano de mils faculdades...

Ainda tá apertado e sem-noçãomente corrido, ainda falta, mas...falta pouco! E é esse o recado que eu tô mandando pra gastrite que ameaça aparecer: "A gente dá conta, calma...Segura aí, que falta pouco pra hora do UFA"!



"Só me derrube no final"




terça-feira, 15 de novembro de 2011

15/11/2011


15/11/2011

No Brasil é "Proclamação da República", ou melhor, é feriado.
Aqui no Chile é um dia muito especial!!!

Primeiro porque minha pequena linda está de cumpleaños!!!



Minha bebê deixou de ser bebê, completou seu primeiro ano de vida e agora já pode até comer comida de "perros adultos"!



Segundo....bom, o segundo ponto na verdade é uma novidade: compramos um apartamento!!!
A compra já rolou faz mais ou menos um mês, mas sabem como essas coisas são burocraticamente enroladas, né?!
Nesse assunto o "hoje" foi importante por dois motivos: porque finalmente saiu um documento que estava atrasado e atrasando todo o resto do processo; e porque fomos lá fazer a pré-entrega (e a devida vistoria).

O prédio é novinho em folha, por isso a entrega dos apartamentos ainda está começando... fica a três quadras do metrô, numa região super gostosa, cheia de praças e parques em volta.. Nosso apartamento fica no sétimo piso, último do prédio, e já temos garantia de vizinhos super bacanas!!! hehehe

A apresentação formal:


Sejam bem vindos!


Entrando na sala

A sala vista da janela


Vista da sala pra esquerda

Vista da sala pra direita


Cozinha



Lavanderia




Quarto da Maní


Quarto de visitas



Nosso quarto


Vista do quarto





Nosso banheiro




Temos uma certa garantia dessa vista linda, porque o bairro é protegido por leis e não se pode construir mais do que cinco andares nessa parte na nossa frente!
(a droga é que o dia estava com muita poluição e não deu pra ver nas fotos o arraso que é a Cordilheira vista dessas janelas...)

Fomos fazer a vistoria acompanhados de uma arquiteta (filha de uma mulher que trabalha com o Lucas) e foi bem bom, porque ela percebeu vários detalhes que deixaríamos passar...
Agora estamos tentando apressar as coisas, porque queremos nos mudar até o final deste mês! Dedos cruzados!!!

Não vejo a hora de mudar! Gosto muito da nossa casa atual, mas essa obra gigante está terrível! Falta pouco pra chegarem no décimo piso e aí vai ser pior, porque os caras vão estar literalmente trabalhando dentro de casa! Argh!!!




Fala se não é um dia digno de comemoração?!?! hehehe


Beijos a todos!


terça-feira, 8 de novembro de 2011

"São ainda, são ainda..." *

Em meio a toda essa confusão sobre a PM na USP, estou, nesses últimos dias, fazendo os vídeos que serão exibidos no IV Bazar de Natal do Adote um Gatinho.
E se por um lado estou tendo náuseas com muitas das coisas que leio sobre o conflito na minha (ex) universidade, por outro, essa mesma tela desse mesmo computador está me banhando com um mar de fofurísses!
Haja beleza e gostosura pra um bicho só, viu?! Difícil é conter a vontade/saudade louca que isso dá de ter gato em casa!! (Já conversei com a Maní e ela está consciente de que não será filha única pra sempre; uma hora vai chegar um gato pentelho pra aprontar junto com ela!rs)

O curioso da simultaneidade desses dois fatos é que ambos contribuem pra reforçar em mim aquela famosa frase: "Quanto mais conheço os homens, mais amo os animais".

As fotos dos gatinhos terrivelmente machucados, maltratados por seres humanos cruéis, ou das coisas mais lindas que são simplesmente abandonadas por pessoas sem o menor senso crítico, ou sem a menor humanidade; as histórias tristes que a ONG combate todos os dias pra transformar em tantos finais felizes... Tudo isso somado à ignorância de tantos comentários que venho lendo na internet sobre a confusão na USP, de pessoas que eu não imaginava que fossem tão pequenas (e de outras que eu já sabia, claro), de gente expondo opiniões quadradas e desinformadas, mas que levam essas opiniões à extremos assustadores (lembrando que discurso também é perigoso!)...putz, tudo isso junto me assusta, me medo dá dessa espécie que somos!

Claro, claro...eu sei que o mundo não é feito só de gente assim, que existe o outro lado pra contrapor e tal.. Mesmo assim... Credo!!!

Prometi pra mim mesma que dessa vez não vou me meter na "polêmica internética do momento" e estou semi conseguindo manter a promessa...rs. No fundo, fico torcendo pra que isso sirva pra gerar debates de verdade sobre assuntos tão sérios e pertinentes nesse país. Pelo menos agora não estão só fazendo evento no facebook, ou espalhando piadas...pelo menos dessa vez eu vejo gente discutindo, colocando ponto de vista contra ponto de vista. Espero que isso seja produtivo, de verdade!

Eu...bom, nunca tive pique pra essas coisas políticas e sou/estou cada vez menos crente numa possibilidade de mudança verdadeira, estrutural, real e funcional...
O que não significa que eu não faça a minha parte...pelo contrário!
Tenho que fazer minha parte, mesmo que ela seja pequenininha... e decidi que a "minha parte" é pela proteção animal!
Faço o que posso com divulgações, doações, participações (edições de vídeos!!) na ONG que defendo no Brasil - o Adote um Gatinho. Estou procurando ONGs pra ajudar por aqui (a proteção animal no Chile é um desastre e o número de cachorros nas ruas, assustador!) e venho seriamente repensando minha alimentação...

Por enquanto é pouco, é verdade, mas é melhor do que só ficar vendo inconformada, eu acho...

Especialmente porque o que tenho visto anda cada vez mais difícil de engolir e impossível de digerir!




(em tempo: minha revolta com a confusão na USP não é em defesa a um lado ou a outro, mas sim com a cegueira - midiática especialmente - em que a maioria das pessoas parece estar afundada. Não importa se você é contra ou a favor à presença da PM no campus, mas se você ainda acha que a confusão toda é porque os alunos querem fumar maconha lá dentro, desculpe, mas você está MUITO desinformado!)


*O título completo:
"Era uma vez - e é ainda
Certo país - e é ainda
Onde os animais eram tratados como bestas - 
São ainda, são ainda"




quarta-feira, 2 de novembro de 2011

Quando entrar novembro...*

E novembro chegou chegando!
Ufa!
Depois de um outubro de paralisação interna, de bloqueio total e daquela sensação de "nunca mais na vida vou ser capaz de escrever" ou de sair de onde estou, chegou novembro!
E em apenas dois dias já deu pra sentir que ele trouxe consigo um pouco de fluidez, na vida pessoal, acadêmica e, por que não, profissional!
Acordei hoje borbulhando, vazando idéias! Tanto que, só hoje, já escrevi três textos! Sim, três, que transbordaram de mim, a mão, no meu caderno, porque precisavam sair naquela hora e pronto!
Ufa!

Um já está publicado aqui: Sob que máscara
Corre lá!

Beijos e um novembro de muito movimento pra todos!

*O título de hoje não está copiado, mas sim parafraseado...rs

domingo, 23 de outubro de 2011

"Saiba"


Escrevendo uma mensagem pra um amigo, eu deveria escrever "acabo sempre enrolando", mas, como um belo ato falho, escrevi "acabo sendo enrolando"!
Se eu ainda usasse orkut e msn colocaria essa frase lá, como "quem sou eu: ACABO SENDO ENROLANDO".

Viu, só?! Em plena briga com Freud e psicanálise vem meu inconsciente e joga essa na minha cara! A melhor definição da minha vida nos últimos tempos - definição do que quero dela e do que eu faço das outras coisas...

Adorei!

quarta-feira, 19 de outubro de 2011

"Me cansei de você"

Minha escrita anda travada.
Acho que cansei de bater tanto na mesma tecla... e as últimas coisas que escrevi - que fugiam do assunto de sempre - ficaram bem mal escritas!

Escrever estava sendo minha maneira de esclarecer, de limpar a cabeça, enxergar melhor os pensamentos (literalmente, já que aí eles estavam na tela pra serem "vistos" e lidos).

E estou em um momento de não querer pensar. Um momento em que minha vontade é simplesmente sentir, sem ter que entender o porquê.

Eu disse que briguei com o Freud, e é bem isso esse momento. Depois de tanta tempo de análise é difícil se desvencilhar desta forma de pensar. Sempre procurando um significado mais profundo, um motivo escondido, uma razão obscura, um porquê antigo, uma repetição sintomática...

Cansei!

Tô com vontade de levar a vida mais leve! De querer uma coisa só porque estou com vontade dela. De não saber de coisas grandes da vida, simplesmente porque eu não sei. De odiar um lugar porque o lugar me dá motivos, não porque eu sou problemática.

Queria ser mais simples, mais normal, mais comum... Cansei de ser assim, confusa, complexa

Será que é possível? Será que dá pra girar um interruptor na cabeça?
Não pra desligar de vez - até porque sinto bastante falta de escrever - mas pra tirar os ruídos e deixar a parte bonita e sossegada...Será?

domingo, 16 de outubro de 2011

"Se fosse permitido, eu revertia o tempo"

Mãe de primeira viagem sofre!

A Maní tá doentinha e eu com o coração apertado - de preocupação e um pouco de culpa...

Ela nunca foi fácil pra comer. Quando chegou em casa estava com inflamação de ouvido e de garganta e não conseguia comer porque sentia dor. Mas mesmo depois que isso tudo passou, continuou fresquinha...
Tem dia que ela não tá com vontade e só come um pouquinho, na hora que quer...
Eu troquei comida, dei só arroz com frango um tempo, inventei mil e umas artes pra divertir/enganar e ver se ela comia - fingir que estava comendo a ração dela, dar na boca um a um, jogar e deixar ela caçar cada grão....
Até que me convenci de que ela é assim, difícil pra comer, sem que isso seja ruim - puxou a mãe! (eu fazia minha mãe e minha vó se desdobrarem pra comer quando era bebê)

Também desde que chegou aqui ela tem um "vômito" estranho que acontece de quando em quando. Não sai comida, é uma gosma amarela com uma espuma, também amarelada. A inexperiente aqui achava que era catarro - como é normal da raça ter problemas de respiração, achei que fazia parte! Ela faz barulhos igual ao de um gato vomitando bola de pelo, só que cospe a gosma amarela...

Mas aí isso começou a aumentar a frequência e eu percebi que nos dias em que ela vomitava, ela ficava sem comer nada. Aí fiquei preocupada e falei com o veterinário.

Ele veio aqui e examinou. Apalpando achou que não tinha nada errado com os órgãos internos e, ao invés de fazer o exame de sangue (que seria muito agressivo, especialmente no cão mega agitado quando tem gente nova em casa), resolveu ir pelo método mais simples. 
Como o comportamento dela não mudou e tal, ele resolveu apostar que seria um refluxo ou uma gastrite e tratou pra isso. Mas os remédios não adiantaram nada! Ela continuou com o mesmo padrão de vômito e não comida, e o veterinário resolveu fazer o exame de sangue.
Ele tinha me dito pra ficar tranquila, porque se fosse alguma coisa mais séria teria afetado o desenvolvimento dela, e como ela é normal, ele achava que seria ainda alguma coisinha no estômago...
Ela não gostou nada de fazer o exame, chorou pra caramba enquanto o elástico apertava a pata dela e - segundo o veterinário - o sangue não corria pra fora por causa do estresse. Tivemos que furar a outra pata também e ficamos massageando até sair o sangue. Mas apesar do chororô, ela é um anjinho...não tentou morder, nem tirar a pata!

Na sexta saiu o resultado e saiu alterado...  (o GGT saiu um pouco alto)
Agora ele pediu uma ecografia de abdomen, com atenção especial no fígado. Vamos fazer amanhã, então dedos cruzados.

A Maní também anda dormindo bastante, muito mesmo.Tá passando várias horas na caminha dela, na maior preguiça... e a mãe inexperiente aqui não sabe se isso é porque ela tá ficando adulta (mês que vem já completa 1 aninho) ou se é algum sintoma de alguma coisa...

Aí eu fico aqui preocupada, ansiosa pra saber logo desse resultado e culpada, porque se tivesse investigado antes a história dos vômitos, poderia ser mais fácil... fora que me mata não saber se ela dormir tantas horas é normal ou não!
Uma droga isso!

Tadinha...

Torçam pra que não seja nada sério e que ela fique bem logo, logo!!!


domingo, 9 de outubro de 2011

"O futuro não é mais como era antigamente"

"Con motivo de su aniversario 25, la copia ha sido digitalmente remasterizada por lo que tanto los fans como las nuevas generaciones, podrán disfrutar de la imágen y sonido en alta definición."




"De volta pro Futuro" completou 25 anos! E claro que a gente foi assistir no cinema!!!
Foi uma experiência emocionante!

A estréia aconteceu no dia 29/09 e apesar da vontade de ir correndo ver, resolvi esperar um pouco pra evitar a fadiga da multidão. Mas não adiantou muito...rs
Domingo, 19h30 - véspera de feriado, ok - e cinema completamente lotado!! Uma das maiores salas de cinema que eu já estive, cheia de gente de todo o tipo: famílias completas, casais, grupos de adolescentes, velhinhas de muletas, jovens de corpo e jovens de espírito! E até os que eram velhos de espírito certamente saíram da sessão com o frescor das novas primaveras!

A remasterização deixa o filme incrível e combinada com a tela enorme traz à vista detalhes que parece que nunca estiveram lá! E olha que assisti esse filme incontáveis vezes na televisão!!! (acho que foi a primeira vez que vi inteiro sem estar dublado..rs)

Claro que essa dupla também faz saltar aos olhos a tosquices como a da maquiagem que envelhece todos os atores, por exemplo; e que os sons de tiros e dos efeitos do DeLorean em alta definição Dolby chegam a fazer rir... mas notar essas coisas faz parte da diversão!




Re-assistindo agora fica quase óbvio o porque de o filme ter sido tamanho sucesso na sua época e em tantas outras depois (se ele está completando 25 anos, nasceu no mesmo ano que eu e mesmo assim foi um dos marcos da minha infância - vários anos depois!)
O roteiro é super redondinho: primeiros 10 minutos tudo que você precisa saber já está aí e tudo que está aí vai voltar e fazer sentido depois! Fora os atores, o efeito, a idéia gracinha, a quantidade de acontecimentos importantes e cheios de ação...




Marty volta 30 anos no tempo e cá estamos nós, 25 anos depois (55 anos depois do passado dele)... acho incrível ver o que era super moderno na tal década de 80, sinto mais ou menos o mesmo encanto que o personagem tem quando chega em 55, sabe?!




Como eu disse, o cinema estava lotado. Lotado de gente que já tinha visto o filme antes; e muitos que estavam levando alguém pra ver pela primeira vez, porque é o tipo de experiência que traz tanta lembrança e emoção que você quer dividir com "os que não tiveram essa chance maravilhosa na época certa".
Sabe minha birra com o cinema? Então... esse tipo de experiência me faz lembrar a tal magia do cinema e o quanto ela realmente pode tocar as pessoas...

Pela primeira vez na vida (em uma situação não de festival, não com os realizadores presentes) vi um filme ser aplaudido na sala de cinema! E não foi só no final, não! Era um público realmente envolvido com o filme - pelas emoções antigas que ele carrega, mas também pela emoção que a ação em si ainda consegue trazer! 
Quando o George toma coragem pra salvar a Loreane do Piff, aplauso. Quando eles finalmente se beijam, aplausos. Quando a viagem de volta para o futuro dá certo, aplausos. Quando o Doc não está morto de verdade, aplausos. E no final, então...APLAUSOS!!!





Espero que essa versão remasterizada chegue nos cinemas aí do Brasil tb.. aqui tá fazendo o maior sucesso, certeza que aí daria mais do que certo! E, concordemos, merece, né?!?!!


Como eu disse, foi emocionante ter estado lá. Estar no futuro vendo um filme do passado sobre uma viagem pro passado e a volta pro futuro!!! hehehe
Incrível!!!! 


domingo, 2 de outubro de 2011

"E o que você vai ser quando você crescer?"

Todo domingo é a mesma coisa. 
A música do Fantástico com seu dom inigualável de deprimir os brasileiros. 
Quem não fez nada no fim de semana pedindo mais tempo de sofá.
Quem  passeou e se divertiu nos dois dias, comemorando a curtição e reclamando da falta de descanso.
Quem teve que trabalhar, implorando por uns dias de intervalo.


De alguma forma esse "drama universal" me fez pensar na minha história de crise profissional...
Esse segundo semestre tem, em geral, sido bem menos dramático que o primeiro. Continuo sem saco pra faculdade, mas tenho levado a coisa toda com mais leveza, o que é bom.
Mas andei reparando que o mais me faz odiar a faculdade é a sensação de que ela está puramente roubando tempo da minha vida útil. Perder tempo nas aulas ou, pior ainda, perder tempo extra fazendo coisas pra faculdade me irrita muito!
Porque todas as outras coisas são muito melhores do que as da faculdade. Todas mesmo, até limpar banheiro, juro!
E aí eu fico chateada por estar perdendo tempo. E a chateação me faz perder uma parte do que seria o tempo pra mim, minha família, minha casa...
(Eu percebi a idiotice da bola de neve e estou trabalhando nisso, não se preocupem..hehehe)

Mas voltando ao final de domingo...

 Claro que entendo que todo mundo goste de um descanso, que todo mundo goste de dar uma pausa na "vida real de todo o dia". E claro que depois não é fácil esquecer a vida boa e voltar pra labuta, por mais que você goste da labuta.

Eu não sei o que quero ser quando crescer, por mais estúpido que isso pareça, um pouco por causa dos finais dos domingos.
Tenho cada vez mais claro pra mim que eu não quero ter uma "vida real do dia a dia" que me faça deprimir a cada começo de nova semana. E mais, não quero ter um "dia a dia" que me roube da minha vida real, da minha família e da minha casa.

Sabe quando você está no final do colegial e/ou no cursinho, super perdida e fazendo um milhão de testes vocacionais? Bom, eu sei bem!
Na época, tinha consciência de que estes testes não me ajudavam muito, porque eles eram muito fáceis de se manipular e eu sempre conseguia que o resultado ficasse pendente pro lado ao qual eu estivesse mais pendente no momento. Isso além de tirar minha confiança nos testes, me trazia um conjunto de respostas bastante confuso.
Mas não me lembro de em nenhum momento durante esse processo ter parado pra pensar honestamente em como eu queria a minha vida no futuro (não sei se porque não me perguntaram, ou se porque fazia parte do mecanismo de defesa não "pensar honestamente" durante o processo).

Pois bem, precisei chegar aqui, nos meus 25 anos de vida, sexto ano de faculdade, vivendo em um país diferente, tendo virado dona de cachorro, casada e dona de casa, pra perceber, ou assumir pra mim mesma, que independente do que eu vá fazer da vida profissional, essa não vai ser (porque eu não quero que seja!) a parte mais importante da minha vida (importante em termos de tempo ou de valor)!

Conversando com a Mandy - amiga que tá meio no mesmo barco que eu e que descreve esse momento de crise dela com palavras mais do que perfeitas para a crise minha - estávamos falando sobre essa mania que nossa sociedade tem de definir as pessoas pelas profissões que elas têm. O que significa que nós, perdidas nas escolhas profissionais, acabamos perdidas na sociedade também!
Eu ando irritada com "a sociedade" por um milhão de motivos e esse é um deles! 

Quase fui atriz, quase fui TO, serei (ou quase sou? ou quase fui?) Pós Produtora em Audiovisual... mas a verdade é que nada disso é o que eu sou, porque como estava dizendo lá em cima, cada vez tenho mais certeza de que não é esse título que quero pra minha vida. O que eu quero é a vida em si!

Esse texto parece uma grande viagem hippie, mas é mais um caminho pra essa descoberta pela qual venho passeando nos últimos anos.

Caminho que acaba de mudar de nome.

 Antes eu achava que estava tentando - e precisando - descobrir o que eu queria ser quando crescesse, mas pensando bem, talvez esses últimos meses tenham sido um caminho pra descobrir quem eu sou e o que eu quero ser da vida - enquanto pessoa, não profissão!
Exclusão me parece um passo importante. Sabendo o que não quero pra minha vida é provável que fique mais fácil escolher o eu quero da vida, não?!

sexta-feira, 23 de setembro de 2011

"És mãe gentil"

Qualquer um que tenha irmãos, especialmente mais novos, já sentiu; e os que não sentiram, já viram nos filmes:
"meu irmão me irrita, é uma praga na minha vida, castigo eterno que meus pais me deram, etc, etc, etc... Mas ai de quem se atrever a fazer algum mal pro meu irmão!!! Não sobra nem pedacinho pra contar história, acabo com ele! Falar mal e agredir irmão meu, é privilégio MEU!!!"

Essa semana tive algumas brigas feias com o Chile e tive vontade de voltar correndo pros braços do Brasil. Quem diria, depois das intermináveis comparações de como minha vida é melhor por aqui...

Claro que nos momentos de raiva nem pensei que o Brasil tem uma burocracia terrível, que a violência em São Paulo é medonha, que o trânsito é um pesadelo...
E se nesses momentos alguém se atrevesse a tentar me lembrar alguma dessas coisas, tomaria na cara! Sem dó! Onde já se viu, falar assim do meu país?
Porque nessa semana o Chile é todos os nomes mais horríveis que eu conheço e o Brasil é minha lembrança boa, meu irmão que precisa ser protegido pra que possa me proteger.

Eu e o Lucas não temos planos de voltar a morar no Brasil e me ocorreu, durante essa semana de ódio ao Chilito, que esse plano carrega uma vantagem que eu nunca havia notado. 
Morar fora do Brasil preserva em mim um país "lar", um colo pra eu ter pra onde voltar em momentos de briga, uma imagem bonita, nostálgica até, desse nosso país tropical, imagem que pode ser despida dos medos, preconceitos e críticas.

Acho que é parecido com quando a gente sai da casa dos pais. Já estamos na vida adulta, cada vez com menos espaço pessoal na casa que parece que não comporta tanta gente grande, irritados com o espaço e cansados das pessoas... 
Nesse momento a melhor parte de sair é poder querer voltar depois. Não voltar de vez, mas voltar pra visitas específicas, pra matar a saudade repentina da comida da mamãe, da camisa bem passada pela empregada, do cheirinho de amaciante na cama limpa, das músicas escolhidas pelo pai...
Saber que ali não é mais seu lar de verdade, mas que é onde sempre estará uma parte da sua história e uma fatia imensa do seu coração.

Imagina então quando essa "casa dos pais" fica justamente nesse "Brasil"?

É bom ter vontade de voltar, é maravilhoso saber que você pode voltar (não consigo nem imaginar a angústia dos exilados), mas talvez, nesse momento, o mais importante seja não precisar voltar. Ter a segurança de que tudo isso está lá me esperando pra quando eu quiser ou precisar e continuar sendo forte pra resolver meus problemas (e minhas raivas) por aqui mesmo, sem correr e desistir de tudo e ficando muito bem com o abraço do marido e o skype com a mãe - colos deliciosos, diga-se de passagem!

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